Ainda sinto-me só, sinto vontade de sumir, sinto vontade de me drogar, sinto vontade de não mais existir.. não é exagero, mas pode ter calma. Eu vou continuar aparecida, eu vou continuar lúcida e eu vou continuar existindo, mas para alguém a verdade tem que ser dita!
Sempre me falta algo, há sempre uma dor, um buraco...
Tô esperando o tempo passar.
Uma observação: me cansei de ser poeta.
2 comentários:
Quase estou na mesma situação
;)
Mas sei quanto me custa
Manter esse gelo digno,
Essa indiferença gaia, e não gritar:vem, fulana!
Como deixar de invadir
Sua casa de mil fechos
E sua veste arrancando
Mostrá-la depois ao povo
....
Mas como será fulana,
Digamos, no seu banheiro?
Só de pensar em seu corpo,
O meu se punge...pois sim.
Porque preciso do corpo
Para mendigar fulana,
Rogar-lhe que pise em mim,
Que me maltrate...assim não.
Mas fulana será gente?
Estará somente em ópera?
Será figura de livros?
Será bicho? saberei?
Não saberei? só pegando,
Pedindo: dona, desculpe,
O seu vestido, esconde algo?
Tem coxas reais? cintura?
Fulana às vêzes existe
Demais: até me apavora.
Vou sozinho pela rua,
Eis que fulana me roça.
Carlos Drummon de Andrade
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