e por aí vai...

" Mas ele me falou: Você tá triste porque a tua dama te abandona e você não resiste quando ela surge. "

fotosaudade

Eu fui feliz.

fotosaudade*

Do tempo que ouvir Novos Baianos não dava briga de família.

fotosaudade* série que surgiu da inspiração do blog de uma amiga

O Achado III

Foi uma conversa que tivemos, antes de a gente se encontrar e começarmos a ficar. É, as conversas eram por MSN, só dava a gente nas madrugadas.

Aí um dia eu falei que iria à João Pessoa, chegaria na quinta, mas ele nem acreditou. E quinta-feira eu cheguei lá e mandei uma mensagem: “porta, a chave está em João Pessoa”. E ele foi me procurar, num bairro longe, que nem ele, tão pouco eu, conhecíamos, mas olha só! Ele me achou.

E me levou a praia, sim, nosso primeiro beijo foi na praia. Sim, sim... Foi bem lindo. Sei que você não sabe o que me dizer agora, mas deve ta sentindo alguma coisa aí.

A gente conversou sobre muita coisa, até sobre menstruação. E eu ali, muito tímida, sem saber o que viria depois.

Jah, como eu amei aquele homem, desde quando, por MSN, ele pediu que eu sugasse o sangue dele, e sentia pena de mim porque eu era apaixonada por um cara boçal, lindo e que queria só me comer...

Como a gente sempre se deu bem, como era tudo tão real... Como pode a felicidade acabar?

Como eu o amei... E como éramos livres até desse amor, que eu nem tive coragem de admitir, porque não tinha necessidade. Não doía guardar esse amor.

Como amá-lo era suave e real.

Mas, se até o que é sólido desmancha no ar, o que direi eu, de um amor que de tão suave, se desmanchou... Bem longe do alcance das minhas mãos.

(2010, Maio)

O Achado II

Tua casa é o meu peito agora
Abrigo-te aqui. Quero
Tá intenso. Tu gosta de intenso
Cada agora contigo é magnífico
Não penso no depois
Sonho com nossos agoras
Peço por mais agoras
Magníficos, intensos, longos e diversos agoras contigo


(2010, Janeiro)

O Achado

Achado diz:

boa

Lua Clara diz:

vocêêê

boa noite

Achado diz:

eu

Lua Clara diz:

parece que eu tava era esperando tu entrar

no msn

Achado diz:

aqui estou

e na minha vida

até quando espero tua entrada

?

Lua Clara diz:

Achado, de vez em quando tu me assusta

pq me deixou pensando em tu

Achado diz:

desculpa

Lua Clara diz:

pois é

Achado diz:

mas também penso

Lua Clara diz:

então isso num quer dizer que já entrei na tua vida?

Achado diz:

não devemos separar corpo mente e espírito

falta a presença do teu corpo

Lua Clara diz:

eu tenho medo

Achado diz:

não tenha

inofensivo

mas de certa forma esse medo alimenta

vontade de te conhecer

Lua Clara diz:

apois eu digo o mesmo

parece que eu tenho vergonha tbm, tenho um monte de coisa

Achado diz:

kk

gosto do que é intenso

lembro de você,vejo uma mulher

Lua Clara diz:

Achado... to precisando de tranquilidade

Achado diz:

posso te dar?

Lua Clara diz:

tu pode e quer?

Achado diz:

equilibriu

responde uma pergunta com outra

Lua Clara diz:

é

Achado diz:

dar e receber

trocar com você

aproveitar todo o tempo

Lua Clara diz:

só comigo?

Achado diz:

equilibriu

quando estiver contigo

so sei estar contigo

gosto do intenso

Lua Clara diz:

tenho medo do tal do equilibriu

Achado diz:

me entrego mesmo que seja so hoje

Lua Clara diz:

tenho que ir embora, do msn, ir pra casa talvez

Achado diz:

quando te vejo?

Lua Clara diz:

acho que vou ficar mais uns dias pensando em vc até quando te encontrar no msn ou na vida real

Achado diz:

quero

não tenha medo

Lua Clara diz:

impossível, Achado

ja vou, a gente se vê

Abraço

Achado diz:

quero te ver

(2009, Novembro)

Oi... Deus, eu tô falando com você

(...) Aí vem o medo. Medo de ficar cega, medo de todas as coisas que falo, medo de mentira, medo de verdade, de solidão, de ficar aleijada, de perder o colágeno da minha pele, de não sair, de me fuder... medo de tudo. Vem o medo assim, louco. Aí eu ligo a TV e decido assistir a um filme que me faz sentir vontade de ser atriz, e me vem outras vontades. Aí eu lembro que eu falei que vontade é um cara que não se sacia nunca. E essa escuridão, meu Deus, que é isso que me dá quando apago as luzes? (...)

(...) essas roupas, essas pessoas com cara de inverno, meu Deus, que é isso que tudo, tudo tem cara de crise (...) .

(...) Que é isso de ficar procurando resposta para tudo para enfim ser livre? Eu sou feliz? O que é felicidade? Conversa de bar, mas tudo verdade. A verdade existe? Eu existo? O que é existir se eu não sei nem o que é não existir? (...)

(...) Eu tava ensaiando uma peça, daí eu desisti porque eu não conseguia me sentir à vontade quando tinha que fingir que tava empurrando um carrinho de mão. Quando a peça ficou pronta, eu fui assistir, aí vi que a cena do "carrinho de mão" foi cortada. Eu chorei, ali, no meioda plateia. Porque eu desisti por causa de um carrinho de mão que nem existia e mesmo assim foi cortado da montagem.

tem título não

Aqui, come-se bicho morto
Se brincar, come-se até os vivos
Bichos e grilos
Até gente serve de comida
E mais, serve a comida
Se brincar, até a comida come

Aqui, morre-se de doença de cabeça
Sem brincar, morre-se até de inventar coisas
Bichos-grilos
Até vontade serve de doença
Demais, a vontade nunca se serve
Não há comida que sirva
Sem brincar, até a comida morre

Os demais existem e eles nos devoram.

Aprendi a gostar de contos

caio diz:
então
ne?
Lua Clara diz:
ne
voltando ao assunto
...
to lendo contos de caio f abreu
caio diz:
bom
Lua Clara diz:
e sentindo vontade de ir morar só
caio diz:
depois me manda um livro
Lua Clara diz:
feito uma pequena burguesa
fumar na varanda do meu ap
fumar assistindo tv
assistir filmes de pedro almodovar
e chorar
e sair sozinha para um bar
para comer algo e puxar assunto com desconhecidos
depois voltar p casa e refletir: como eu me sinto vazia, como as pessoas são vazias, como tudo é vazio e contraditorio
e nao dormir, pq sou insone
caio diz:
oi
nestante eu leio
Lua Clara diz:
ficar lendo e fumando na minha cama de casal
a madrugada toda
caio diz:
kkkkk
Lua Clara diz:
é nisso que penso qndo leio caio f abreu
estou aqui com amor de caipirinha na mao

Um pagode

Dei pra você o que ganhei de ninguém
O que ganhei de você tive que dividir
Um pedaço de cor, um pedaço de amor, um pedaço de calor
Malabares com esses três pedaços para não cair
Para eu não ficar com o pedaço de dor
Fiquei
Com o pedaço de dor
Você ficou ganhando tudo sem ter que dividir
De camarote assistindo ao espetáculo
Na corda bamba, sem poder cair
Entre um coração e outro tem uma corda
Caminho nela e trago minha alma na mão
Ah, minha alma
Eu te dei minha alma
Não vendi não
Eu te dei minha alma
Não aluguei não
Eu te dei minha alma
Não emprestei não
Foi tudo de graça e de boa vontade
Ah, minha alma
Agora me diz se é certo
Me diz se é bonito e educado
Tamanha falta de gratidão
Sacanagem e falta de consideração
Me deixar assim, amado
Sair calado
Levar minh'alma
Tomar os pedaços de tudo que me deu
Entregar um tanto e coisas inteiras ao sol
E ainda querer o sol
E ainda querer a lua
Aquele só sai depois que esta vai, vê se entende
Ela foi (beijo, lua!)
Se vira com o sol
Eu não fui porque entre um coração e outro existe uma corda
Bamba, muito bamba, toca um samba
Ando, danço, rebolo e nem caio
Tô na corda
Sem nem querer mais
Vê se me tira daqui, é que tenho medo de altura
No chão hei de me sentir mais segura
Vou junto com a lua
Vou fundo com a lua
Se vira aí com o sol
Ah, minha alma
Que não te foi vendida, alugada e nem emprestada
Foi dada
Será tomada
E não reclame disso, dizendo que não é certo, bonito e nem educado
Mais feio é me deixar, amado
Enrole esta corda, receba este pedaço de dor (bem, pegue de volta o que não é meu), e guarde aí este meu coração
E não se esqueça: na próxima vez que ganhar de alguém o que não foi dado a ninguém, não retribuir com pedaços, não ser sacana nem ingrato.
Que amor é coisa séria, amor é pra quem aguenta, amor é pra quem entende.
Vê se aprende.

Verdade

amo você do a ao ê
quero você do quê
auê