sábado, julho 4

Que na balança não pesa

Bem aquela menina, aquela mulher... que enche os olhos daqueles que nem acreditavam que havia possibilidade de existir no mundo tamanha beleza num corpo daquele tamanho, olhos e boca... daqueles tamanhos. Toda imensa, inteiramente completa. Por onde passa deixa luz, ela também possui uma luz imensa.
Mas eis que há no mundo aquele menino, aquele homem... que desde sempre encheu os imensos olhos dela, não só os dela mas muitos olhos, pequenos e grandes... e ele gosta, porque sabe que é muito. Tão muito ao ponto de encher tamanhos olhos, os olhos imensos dela.. que de tanto ver (sem crer) achava que nada um dia faria sentir-se com os olhos cheios, mas a imagem dele encheu os seus olhos ... se ela gostou, eu não sei.
E o gosto dele encheu sua boca, o cheiro dele encheu seu imenso pulmão... e a alma dele, não ocupou espaço algum em seu imenso coração. Talvez ele não tenha alma, ela também não tem alma, sabemos disso, e pode ser que ele não tenha.
Os dois são o fim, não começaram, nem terminaram, só são o fim, não existem na vida real.

Os dois são muito grandes para serem eles dois, só existe ela, só existe ele, não existe "eles dois".
Ela vai comê-lo, começando pelos pés, para alimentar seu imenso desejo... essa é minha única certeza sobre aquela menina, aquela mulher.

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