14/6/2010
Sem barulho de liquidificador ligado no meio do silêncio da madrugada. Minha alma tá tranquila, como se tivesse ouvido o que ela quer ouvir. O tempo tem passado rápido e devagar, o tempo tem passado e eu não. Assumi que sinto inveja de algumas coisas e ainda não retiro o que eu disse, só que agora, nesse momento, eu tô calma. Sem vontade de cair doente na cama, sem vontade de parar de comer, sem vontade de ficar senil, correndo por aí, fumando filtros. Tô sem saber o que quero, sem saber o que falar com as pessoas, como manter amizades, sem saber o que fazer... só me sinto melhor quando bebo. E quando bebo quero que as pessoas percebam que é essa barra que me leva ao bar para beber até a última música. Que é essa barra que me dá vontade de conhecer pessoas e fazer delas meu confessionário. E quando fico no meu quarto, nessas madrugadas, muitas vezes embaladas pelo liquidificador ligado, penso que tudo isso é diferente de mim, que tudo isso é dor, essas vontades, essas não-vontades, esses "não-sei-o-quês"... nada disso é pra mim, porque eu não sou dor, como tenho sido. É tão triste falar assim, estar sendo tão clichê, falar que minha alma tá mais tranquila agora, nesse momento, é altamente contraditório, mas é verdade.
=X
*Nota da autora: Dá pra entender alguma coisa? Francamente, não sei como eu, Lua Clara, consegui atingir tamanho grau de tristeza no coração ao ponto de acreditar em tudo que eu havia falado, pensado e feito até então, nesses tempos contraditórios de "pré-inverno".
Sem barulho de liquidificador ligado no meio do silêncio da madrugada. Minha alma tá tranquila, como se tivesse ouvido o que ela quer ouvir. O tempo tem passado rápido e devagar, o tempo tem passado e eu não. Assumi que sinto inveja de algumas coisas e ainda não retiro o que eu disse, só que agora, nesse momento, eu tô calma. Sem vontade de cair doente na cama, sem vontade de parar de comer, sem vontade de ficar senil, correndo por aí, fumando filtros. Tô sem saber o que quero, sem saber o que falar com as pessoas, como manter amizades, sem saber o que fazer... só me sinto melhor quando bebo. E quando bebo quero que as pessoas percebam que é essa barra que me leva ao bar para beber até a última música. Que é essa barra que me dá vontade de conhecer pessoas e fazer delas meu confessionário. E quando fico no meu quarto, nessas madrugadas, muitas vezes embaladas pelo liquidificador ligado, penso que tudo isso é diferente de mim, que tudo isso é dor, essas vontades, essas não-vontades, esses "não-sei-o-quês"... nada disso é pra mim, porque eu não sou dor, como tenho sido. É tão triste falar assim, estar sendo tão clichê, falar que minha alma tá mais tranquila agora, nesse momento, é altamente contraditório, mas é verdade.
=X
*Nota da autora: Dá pra entender alguma coisa? Francamente, não sei como eu, Lua Clara, consegui atingir tamanho grau de tristeza no coração ao ponto de acreditar em tudo que eu havia falado, pensado e feito até então, nesses tempos contraditórios de "pré-inverno".
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