sábado, maio 22

Oi... Deus, eu tô falando com você

(...) Aí vem o medo. Medo de ficar cega, medo de todas as coisas que falo, medo de mentira, medo de verdade, de solidão, de ficar aleijada, de perder o colágeno da minha pele, de não sair, de me fuder... medo de tudo. Vem o medo assim, louco. Aí eu ligo a TV e decido assistir a um filme que me faz sentir vontade de ser atriz, e me vem outras vontades. Aí eu lembro que eu falei que vontade é um cara que não se sacia nunca. E essa escuridão, meu Deus, que é isso que me dá quando apago as luzes? (...)

(...) essas roupas, essas pessoas com cara de inverno, meu Deus, que é isso que tudo, tudo tem cara de crise (...) .

(...) Que é isso de ficar procurando resposta para tudo para enfim ser livre? Eu sou feliz? O que é felicidade? Conversa de bar, mas tudo verdade. A verdade existe? Eu existo? O que é existir se eu não sei nem o que é não existir? (...)

(...) Eu tava ensaiando uma peça, daí eu desisti porque eu não conseguia me sentir à vontade quando tinha que fingir que tava empurrando um carrinho de mão. Quando a peça ficou pronta, eu fui assistir, aí vi que a cena do "carrinho de mão" foi cortada. Eu chorei, ali, no meioda plateia. Porque eu desisti por causa de um carrinho de mão que nem existia e mesmo assim foi cortado da montagem.

3 comentários:

Rodriguez disse...

Sim Lua isso é nosso.

Fabrício Barreto disse...

Kall, esse post ficou lindão viu mermã! Emociona até...

. disse...

Eu sei bem do medo, das coisas doidas, das vontades, sem bem porque sou isso, sou tu também.
Me deu vontade chorar por ser tu, por ser eu. Por saber tudo, e por saber nada.
Eu tava lá e nem percebi o carrinho...